quarta-feira, 7 de julho de 2021

MILHÕES DE ESPÉCIES ANIMAIS NA ARCA DE NOÉ?

                               

                    Carlos Nougué

Isto de que há 8 milhões de espécies animais faz par com os milhões de anos de vida animal na terra – segundo, claro, os evolucionistas. O objetivo inicial da ampliação exorbitante do número de espécies animais era relegar à cloaca do mitológico a narrativa bíblica do dilúvio: com efeito, como milhões de espécies animais (excluídos os insetos e os peixes) poderiam entrar numa arca? Vou tratar tudo isto em livro, ampliando e aprofundando muito o que já disse sobre o assunto no livro Da Arte do Belo e no tratado de Biologia da Escola Tomista. Dou abaixo um resumo apertadíssimo.

1) O dilúvio foi antropologicamente mas não geograficamente universal. Com efeito, dizer que o dilúvio cobriu toda a terra é hoje lançar a fé ao escárnio dos ímpios. Mas negar que matou todos os homens menos os que estavam na arca tangencia o herético, pelo menos.

Observação: aliás, foi com grata surpresa que deparei com a obra do Padre Paul Robinson (da FSSPX dos EUA, atualmente) The Realist Guide to Religion and Science. Lendo-a por indicação de um amigo, vi que de fato são algo numerosos os pontos de coincidência entre o que pensa ele e o que penso eu acerca destes assuntos, muito especialmente acerca do dilúvio. O Padre também tem um ótimo blog: https://therealistguide.com/blog?blog=y.

2) O universo e a terra terem zilhões de anos não depõe contra a onipotência divina, senão que a ressalta ainda mais; e diga-se o mesmo da imensidão do universo.

3) O homem não pode estar na terra há mais de, digamos, 10 mil anos; se houvesse estado aqui desde há centenas de milhares de anos, tropeçaríamos hoje em multidão incalculável de ruínas de cidades.

Observação: segundo os cálculos da Vulgata, o homem estaria aqui há cerca de 6.000 anos. Mas este parece ser número simbólico (4.000 anos a.C.). Parece preferível ficar com a Septuaginta, segundo cujos cálculos estamos na terra há cerca de 7.500 anos.

4) Os vegetais podem estar na terra desde muito tempo antes do homem. Mas não assim os animais, ao menos os superiores, o que se mostra assinalando a fragilidade das espécies, que estão sempre em risco de extinção.

Observação: já desde quando ainda jovem – e ainda ateu – frequentei e concluí um curso universitário de Arqueologia descreio da precisão dos métodos radiométricos (de datação), e muito especialmente o de carbono-14. Tratarei detidamente também deste assunto no referido livro.

5) Os biólogos desde sempre confundem raça com espécie, mas a coisa se agravou, como disse, a partir do evolucionismo, o que permitiu a seus defensores chegar à fabulosa cifra de 8 milhões de espécies. Alguns poucos exemplos de seu erro: não há várias espécies de ursos, mas várias raças, o que se prova pelo fertilidade dos grolares (resultantes do cruzamento de urso-polar e de urso-pardo). Além disso, lobo, lobo-guará, lobo-cão, coiote, dino, cão, cachorro-do-mato, etc., também são raças diversas de uma só espécie: cruzam entre si e procriam criaturas férteis. Veja-se, aliás, no vídeo a que remete o link abaixo, como se relacionam com o homem os lobos em reservas especiais (e sem adestramento); e saiba-se que, se voltam ao estado selvagem, os cães domésticos tornam-se os chamados chimarrões: passam a viver em matilhas, fazem-se ferocíssimos, e tendem a uivar. E diga-se algo semelhante no âmbito dos felinos, etc., etc., etc., de modo que muito provavelmente nem sequer muitos dos enormes animais pré-históricos constituíam espécies à parte, mas eram membros das mesmas atuais espécies: tratar-se-ia de certos processos de “gigantismo” e de “nanismo” por fatores ambientais, hormonais, etc. – o que se vê, aliás, na própria espécie humana (do gigante nórdico ao pigmeu africano).

6) Aliás, nem sequer o fato de que do cruzamento de animais da mesma espécie (segundo o meu conceito de espécie) não nasça nada ou nasçam animais estéreis vai necessariamente contra o que digo, o que se prova pelo seguinte exemplo. Se durante gerações sucessivas procriam entre si indivíduos humanos portadores do gene da ELA (esclerose lateral amiotrófica), chegará o momento em que seus descendentes serão estéreis com respeito aos não portadores deste gene – sem contudo deixarem de ser da mesma espécie humana.

Etc.

Portanto, quanto a estes assuntos, até o lançamento de meu livro. 

https://www.youtube.com/watch?v=CMCWbF4HG3U