domingo, 30 de outubro de 2022

A História da Igreja à luz das profecias

  

Curso online de Carlos Nougué em sete módulos

Dados gerais

As inscrições se farão por módulo.

Valor da inscrição por módulo: R$ 60,00.

Acesso a cada módulo: um ano.

• Entre um módulo e outro, sempre poderá haver um intervalo.

Cada módulo terá cerca de 15 aulas.

• A primeira aula do primeiro módulo irá ao ar no dia 3 de dezembro.

Fundamentação

1) As Histórias da Igreja padecem de um triplo problema.

• Antes de tudo, o não ver a história da Igreja à luz das profecias bíblicas, com o que fica suposto que estas ou já se cumpriram num passado sempre mais remoto ou só se cumprirão num futuro sempre postergado. Nega-se ou não se quer ver, assim, que tais profecias se cumpriram ao longo de toda a história da Igreja, se estão cumprindo bem diante de nossos olhos, e se cumprirão num futuro cujo limite não nos é dado conhecer.   

• Depois, o não reconhecer suficientemente que a história da Igreja se dá no seio ou leito da história do mundo, ainda que seja a Igreja o próprio Reino de Deus descido do céu à terra, e ainda que a figura deste mundo vá passar e a Igreja militante se vá transmutar na Igreja triunfante. Mas o dito supõe um íntimo imbricamento entre a História da Igreja e a Teologia da história.

• Por fim, e por conseguinte, não assinalar como devido que a história se ordena essencialmente à Igreja, porque a história não é senão propter electos, por causa e pelos eleitos.

2) Pois bem, sem deixar de fazer estrita História da Igreja, este curso buscará não incorrer em tal triplo problema, do seguinte triplo modo.

• Antes de tudo, verá a história da Igreja e do mundo à luz das profecias veterotestamentárias (muito especialmente Ezequiel e Daniel) e das profecias neotestamentárias (Nosso Senhor Jesus Cristo nos Evangelhos, Segunda Epístola aos Tessalonicenses, muito especialmente Apocalipse de São João, etc.).    

• Depois, verá a história da Igreja (e pois a do mundo) segundo um constante entrelaçamento entre História da Igreja e Teologia da História.

• Por fim, e por conseguinte, mostrará como a história do mundo se ordena essencialmente à Igreja, e o que quer dizer precisamente que ela seja propter electos.   

Os sete módulos

I) A Igreja dos mártires: desde a instituição da Igreja até ao Imperador Constantino, exclusive.

Observação: vide mais abaixo o programa detalhado deste primeiro módulo; o programa detalhado dos outros módulos dar-se-á à medida que forem oferecidos.

II) A primeira Cristandade: desde o edito de Constantino (313) até ao pontificado de São Leão Magno e à queda do Império Romano do Ocidente, passando pela decadência deste após a morte de Teodósio.

Observação: explicar-se-á neste módulo o que é a Cristandade.

III) Nascimento e apogeu da segunda Cristandade: desde as tribulações da Igreja sob as invasões bárbaras e ante os obstáculos do Oriente até ao fim do século XIII, o ponto áureo da história, passando por Carlos Magno, pelo “século de ferro” (século X) e pela querela das investiduras.

IV) A ruptura da segunda Cristandade e a primeira fase da apostasia das nações: desde a afronta de Felipe, o Belo, ao Papa Bonifácio VIII (início do século XIV) até à heresia e cisma de Lutero, passando pela Guerra dos Cem Anos, pela peste negra, pelo humanismo e pelo Renascimento.

V) Entre uma Igreja revigorada e a revolução: desde o Concílio de Trento (século XVI) e os jesuítas até à liberal Revolução Francesa (fim do século XVIII), passando pela breve terceira Cristandade ibérica, pelo iluminismo e pelo rompimento da aliança entre a monarquia absolutista e a burguesia.

VI) A reação de uma Igreja sitiada à revolução: desde os Papas do século XIX, em especial Leão XIII com o retorno ao tomismo, até ao pontificado magnífico mas agônico de Pio XII, passando pelo Syllabus de Pio IX, pelo tradicionalismo, pelo Vaticano I, pelo liberal-conservadorismo, pelo modernismo, pelo pontificado santo de Pio X, pelo comunismo, pelo maurrasianismo, pela Quas primas de Pio XI, pelo nazifascismo, e pelas duas guerras mundiais.

VII) A abominação da desolação instalada no lugar santo: desde o Concílio Vaticano II até os dias atuais, passando pela última e vitoriosa revolução, a sadolibertina – um mundo sob a trindade Príapo, Mamon e Moloc, e uma Igreja em que muitos abrem os braços para o Anticristo.           

Programa do primeiro módulo

A Igreja dos mártires

1) As profecias bíblicas

2) A história e as nações em ordem a Deus e à Igreja

3) A história, o livro da vida e os eleitos

4) Preâmbulos

• Prefiguração e preparação da Igreja no povo judeu

• Preparação da Igreja no mundo greco-romano

• O anseio geral de um Sóter

• Encarnação, vida e redenção do Messias

• Fundação da Igreja e do papado por Cristo

• Substituição da sinagoga pela Igreja e ab-rogação da lei antiga

5) Dos atos dos Apóstolos ao fim dos tempos apostólicos

6) O Império Romano, sua progressiva decadência moral, e o esvaziamento de sua religião

7) Os cristãos sob as perseguições sangrentas do fim do século I e de todo o século II

8) Os Apologetas e primeiros Padres da Igreja

9) O nascimento da heresia antes da morte dos Apóstolos

10) O gnosticismo, isto é, o conjunto de heresias do século II

11) O primeiro momento da luta contra a Igreja da trincheira da filosofia pagã

12) Das perseguições sangrentas do século III a seu fim

13) Querelas cismáticas

14) O segundo momento da luta contra a Igreja da trincheira da filosofia pagã

15) Estado da Doutrina Sagrada

16) A constituição da Igreja até Constantino, exclusive, e os sacramentos durante este período

17) A arte na Igreja dos mártires

terça-feira, 25 de outubro de 2022

Minha participação no documentário de Bernardo Küster

                                                                                                                                Carlos Nougué

Foi lançado ontem o documentário de Bernardo Küster, “Eles estão no meio de nós”, sobre a Teologia da Libertação. Pois bem, aceitei há já mais de três anos conceder uma entrevista para o documentário. Bernardo esteve em minha casa, e gravamos muito mais do que aparece na versão final (só aparecem uns poucos minutos em que falo da distinção de Jacques Maritain entre indivíduo e pessoa e sua influência sobre várias heresias, incluída a da TL). Sucede porém que Bernardo não teria viajado cerca de 12 horas com o cameraman e seu pesado e delicado material para gravar comigo apenas alguns poucos minutos; além de que nem sequer este breve trecho está completo, mas editado. O centro de minha entrevista não foi a TL, mas o CVII, que de certo modo deu impulso à mesma TL. E no entanto a palavra “CVII” nem sequer aparece no trecho. Com isso, fica parecendo que endosso a posição central de Bernardo Küster e dos demais entrevistados, a saber, que o único verdadeiro mal do CVII foi não condenar o comunismo. Para eles, praticamente não há problema grave nos documentos do concílio, além de que teria havido dois concílios: o verdadeiro, e o propagado pela mídia, o vitorioso. É típico do liberal-conservadorismo: maniqueisti-camente, reduz todo o mal do mundo ao comunismo; e de fato sem este espantalho o liberal-conservadorismo, católico ou não, não sobreviveria. Ora, nada mais distante de meu pensamento sobre o comunismo (como se pode ver [no post anterior] por meu opúsculo “O católico tradicional e Bolsonaro”, e por toda a parte “Política teológica” de meu livro, Estudos Tomistasopúsculos II) e de meu pensamento sobre o CVII (como se pode ver por meu Do Papa Herético, por meu curso gratuito “A atual crise na Igreja”, por multidão de textos e de podcasts meus espalhados pela Internet). Não estou acusando Bernardo de tê-lo feito de propósito; seria temerário supô-lo. Mas o efeito é precisamente este: no documentário, meu pensamento aparece indiferenciado de uma massa doutrinal, liberal-conservadora, que nada tem que ver comigo. Lembre-se que que digo e redigo: Ou as nações se porão sob a bandeira de Cristo, ou serão sempre, sob governos de esquerda ou de direita, pasto de demônios. – Fique pois o esclarecimento.

Observação: apesar dos 70 anos que me pesam – bastante – sobre o corpo, minha memória continua elefantina.