segunda-feira, 29 de junho de 2020

NOVA DATA DE INÍCIO DO CURSO SOBRE O APOCALIPSE


O curso já não começará no dia 6, mas no dia 13 de julho. O adiamento se deve a que estou há dias com uma aguda infecção urinária, muito dolorosa, o que me impediu de gravar as aulas do curso. Mas já estou melhor, quase recuperado. Dia 13, portanto, começaremos.
Nota: a aula desta semana da Escola Tomista estará no ar no dia de sempre, esta quinta-feira.



terça-feira, 16 de junho de 2020

AINDA SOBRE MEU CURSO ACERCA DO APOCALIPSE


Já dei uma bibliografia preliminar em que me fundarei no curso; e depois a ampliarei. Mas diga-se desde já que estudo o Apocalipse há mais de uma década; que o curso não será um sobrevoo acerca do assunto, mas algo de fato profundo e bem detalhado (e uma antecipação do que dentro de cerca de um ano sairá como apêndice do livro Da História e Sua Ordem a Deus, ou seja, centenas de páginas de um comentário meu ao Apocalipse versículo a versículo); e que, portanto, as conclusões a que chegarei nele serão todas de minha inteira responsabilidade. Como porém se trata de matéria teológica e árdua, e eu sou um mero leigo, submeto as conclusões do curso a todo bispo que mantenha viva a fé. Se nele eu disser algo contra esta segundo algum desses bispos, retratar-me-ei publicamente.


UM LIBERALISMO TRAVESTIDO DE TRADICIONALISMO


Carlos Nougué

O liberalismo católico pode dar-se em um ou em vários âmbitos, ou em todos eles. Ademais, se no erro ou falsidade há graus, então, por óbvio, os há no liberalismo, que é um erro. E é o que vemos no jornal online “Corrispondenza Romana” e em seu parceiro hispânico “Adelante la fe” (ambos de responsabilidade de Roberto de Mattei). Com efeito, num recente artigo do primeiro, “Criminosos ataques aos EUA”, assinado por Maurizio Ragazzi, transluz o liberalismo político travestido de tradicionalismo religioso – e em grau surpreendentemente alto.
O artigo parte de algo verdadeiro: não houve ato de racismo na morte do negro que tanto foi instrumentalizada pela mídia internacional; e os atos de protesto e de vandalismo contra o racismo são puramente revolucionários, além de visar a desgastar a Trump em ordem às próximas eleições. Naturalmente, a posição correta, como diz o artigo, é votar em Trump nas próximas eleições; e, como diz ainda o mesmo artigo, parte do episcopado norte-americano portou-se vergonhosamente ao apoiar tais atos de protesto e levar assim água ao moinho eleitoral dos democratas. Mas esquece-se de dizer o que é catolicamente mais importante: o voto em Trump é meramente voto num mal menor; e, se Trump perder as eleições, grande parte da culpa será dele mesmo. De fato, e antes de tudo, ele vinha bem nas pesquisas, até que, irresponsavelmente e em nome do “sacrossanto” mercado, negou o perigo do coronavírus, deixou de liderar o combate à pandemia, e fez assim que os EUA se transformassem num cemitério cada vez mais vasto. Mas, depois, Trump é um liberal conservador, e como tal é incapaz de deter a maré montante da revolução subsequente, a marcusiana, encarnada sobretudo pelo Partido Democrata. Em outras palavras, Trump não sustenta a única coisa que poderia fazer que os EUA deixassem de ser pasto de demônios: a realeza de Cristo.
Mas o que diz, precisamente, o referido artigo quanto a Trump? Transcrevo-lhe as próprias palavras: Trump foi “valentemente com a Bíblia nas mãos à ‘igreja dos Presidentes’ [...] (um gesto, o de Trump, para demonstrar que a ideologia subversiva e a práxis violenta não prevalecerão sobre os valores cristãos dos Estados Unidos), e “ao Santuário João Paulo II em Washington”.
Isto é o que pode dizer-se, com toda a propriedade, vender gato por lebre. Quer dizer então que os EUA se fundam sobre valores cristãos? Não, senhores católicos liberais e americanistas: enquanto foram colônia britânica, os EUA foram não cristãos em geral, mas puritanos; e, desde sua independência – que constituiu ela mesma uma revolução liberal, aparentada à francesa –, são a própria pátria da maçonaria, o que aliás foi grandemente facilitado pelo próprio puritanismo. Os EUA são anticristãos, esteja em seu governo um democrata ou um liberal conservador; trata-se somente de diferença de grau, capaz, sim, de determinar o voto num mal menor, que, porém, obviamente, não deixa de ser um mal – e é incapaz de fazer da nação da América do Norte uma terra de Cristo.
De que serve, pois, que jornais ou sites como os de responsabilidade de De Mattei se mostrem partidários da missa tridentina e anti-Vaticano II ou anti-Francisco, se em verdade se identificam com estes quanto ao ponto-chave da revolução operada na Igreja na década de 1960: o destronamento de Cristo? Leia-se o esquema preparatório para o Vaticano II sobre as relações entre estado e igreja (redigido pelo Cardeal Ottaviani), e ver-se-á quanta razão tem o Pe. Calderón ao dizer que o conservadorismo católico pré-conciliar era um “muro com brechas” ante a maré montante da revolução que se daria proximamente. Mas, se assim é, o que se deverá dizer do conservadorismo ou tradicionalismo adorador dos maçônicos EUA, como o que se transluz no referido artigo de “Corrispondenza Romana”?

Nota final: o próprio Arcebispo Viganò, cujas recentes críticas à revolução operada na Igreja na década de 1960 são dignas do mais alto louvor, padece ainda de confusões liberais no âmbito da política. Rezemos porque as supere e adira firmemente à doutrina infalível da Realeza de Cristo. Mas pergunte-se: não padecerão de confusões análogas os tradicionalistas que não só criticam a condenação de Maurras e de sua Action Française por Pio XI – o que parece correto do ângulo da prudência política –, mas elogiam a própria doutrina nada católica de Maurras? Voltarei ao assunto.     

      

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Escreve o Arcebispo Viganò sobre o Concílio Vaticano II -- um texto histórico (em português)


9 de junho de 2020

Santo Efrém

Li com grande interesse o ensaio de Sua Excelência AthanasiusSchneider publicado no LifeSiteNews em 1º de junho, posteriormente traduzido para o italiano por Chiesa e post concilio, intitulado “Não há vontade divina positiva ou direito natural à diversidade de religiões”. O estudo de Sua Excelência resume, com a clareza que distingue as palavras daqueles que falam de acordo com Cristo, as objeções contra a presumida legitimidade do exercício da liberdade religiosa que o Concílio Vaticano II teorizou, contradizendo o testemunho das Escrituras Sagradas e a voz da Tradição, bem como o Magistério Católico, que é o fiel guardião de ambos.
O mérito do ensaio de Sua Excelência reside, antes de tudo, na compreensão do nexo de causalidade entre os princípios enunciados ou implícitos pelo Vaticano II e seu conseqüente efeito lógico nos desvios doutrinais, morais, litúrgicos e disciplinares que surgiram e se desenvolveram progressivamente para os nossos dias.

quinta-feira, 11 de junho de 2020

O APOCALIPSE -- Comentário ao Apocalipse de São João -- Curso on-line de Carlos Nougué


O APOCALIPSE

Comentário ao Apocalipse de São João

Curso on-line de Carlos Nougué

Observação: trata-se do segundo módulo do Curso de Apologética.

Duração: 8 aulas de uma hora cada uma.

Valor da inscrição: R$ 50,00.

EMENTA

1) A questão da autenticidade do Apocalipse de São João
2) Linguagem e público-alvo; e caráter do Apocalipse
3) As passagens de outros livros e epístolas da Bíblia paralelas ao Apocalipse
4) As principais questões disputadas relativas ao Apocalipse:
a) Literalidade versus alegorismo; os símbolos do Apocalipse
b)  As sete Igrejas do Apocalipse e a doutrina do Pe. Bartolomeu Holzhauser
c) Linearidade temporal versus a doutrina agostiniana da recapitulação
d) O milênio e o milenarismo
e) Os eventos dos últimos tempos e sua ordem
f) Se é possível prever (ainda que aproximadamente) datas para o advento do Anticristo e para a Parusia – e se estamos na última etapa da história terrestre
5) A restauração da fé e da Igreja e o chamado “reino de Maria”
6) A Parusia e a Jerusalém celeste
7) Sofrimentos e esperança teologal

PRINCIPAIS OBRAS DE REFERÊNCIA

1) A tradução do Apocalipse ao latim por São Jerônimo
2) A tradução ao português da tradução de São Jerônimo pelo Padre Matos Soares
3) A tradução do grego de São João ao espanhol por Mons. Juan Straubinger
4) Saint Jean, l’Apocalypse, do P. E.-B. Allo
5) Da Cidade de Deus, de Santo Agostinho
6) Comentário a II Tessalonicenses de Santo Tomás de Aquino
7) O Denzinger

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e texto


terça-feira, 9 de junho de 2020

FORMAÇÃO DO IMAGINÁRIO OU RETARDAMENTO DA CONTEMPLAÇÃO?


Carlos Nougué

Tornou-se moda desde já há uns bons anos dizer e crer que não se alcança a plenitude da contemplação – o que Aristóteles chamava “bíos theoretikós”, vida teorética ou contemplativa, a vida feliz – sem que antes se tenha lido exaustivamente a literatura nacional e a universal. Mas isto é um sofisma, e dos mais perigosos. Vejamos por quê.
1) Sou o primeiro a falar da importância da arte do belo para a formação do homem. Como o mostro no livro “Da Arte do Belo” (gênero que engloba a literatura, o teatro, o cinema, a música, a dança, a pintura, a escultura, e em parte a arquitetura), a arte do belo faz o homem propender ao bem e à verdade. Mas atenção: ainda que bem-sucedida formalmente, a arte do belo pode não sê-lo perfeitamente, ou seja, pode fazer propender ao mal e à falsidade, e este é o caso de mui numerosas obras icônicas em nosso meio conservador: as de Milton, de Goethe, de Balzac, de Stendhal, de Poe, de Flaubert, de Baudelaire, de Tolstoi, etc., etc., etc., todas devidamente postas no Index dos livros proibidos, quer por sua imoralidade, quer por sua impiedade, quer por seu satanismo, etc. São como o ouropel, que brilha como ouro, mas é falso ouro. Para aprofundamento deste ponto, vide meu “Da Arte do Belo”, e “Lecturas buenas y malas”, de A. Garmendia de Otaola, S. J. Ler exaustivamente essas obras, portanto, não só retarda o início da vida contemplativa, mas de certo modo impede que se dê com perfeição, porque estará seu leitor propenso ao mal e à falsidade.
2) Depois, não necessariamente é a literatura a arte do belo principal para propensão ao bem e à verdade. Aristóteles, apesar de ter escrito a “Poética”, quando fala (no livro VIII da “Política”) da formação do jovem para a vida política ou social, fala quase exclusivamente da música, porque a consonância ou harmonia musical é um análogo da virtude. Mas pode dizer-se, em geral, que é importante a presença do gênero da arte do belo não para a formação do imaginário, mas para seu oposto: para a superação do imaginário, superação essa que é um como prerrequisito da vida contemplativa. É que a arte do belo, em todas as suas espécies, faz o homem justamente superar o estado, digamos, emocional-imaginário e temperamental próprio da infância e da adolescência/juventude, para que adquira caráter virtuoso adulto, no qual reina o intelecto, não a imaginação. Para isto mesmo é que serve a catarse a que se refere Aristóteles na “Poética”, e que estudo detidamente em “Da Arte do Belo”.
3) Assim, a arte do belo é muito importante na infância e na adolescência/juventude, ainda que permaneça na vida adulta virtuosa quer como refrigério para a alma, quer como ofício, no caso dos artistas (que, porém, para serem grandes artistas, também devem ter o intelecto como rei em sua alma: como dizia aliás o mesmo Baudelaire, “uma coisa felizmente encontrada [na arte do belo] é simples consequência de um bom raciocínio, cujas deduções intermediárias por vezes foram saltadas. Uma [obra de arte do belo] é uma máquina cujos sistemas todos são inteligíveis para um olho exercitado”.
4) Infelizmente, todavia, nossa sociedade elegeu o feio, razão por que somos quase todos mal formados artisticamente na infância e na adolescência/juventude. Que implica isto? Que se na vida adulta não tivermos frequentado exaustivamente a arte do belo não poderemos iniciar-nos na vida contemplativa? Afirmá-lo seria desmedido e pernicioso. Assim como o ideal é que nos introduzamos na vida contemplativa (atenção!) aos 14 anos, como no século XII-XIII, nada impede que o façamos mais tarde, queimando assim etapas; assim também podemos iniciar-nos na contemplação enquanto paralelamente nos iniciamos na arte do belo (e até sem a rigidez nem a exaustividade exigidas para a iniciação na vida contemplativa). Cada caso será um caso, além de que devemos contar sempre com graças atuais divinas para uma vida de estudos.
5) Para concluir este breve texto (que será muito aprofundado num apêndice de minha “Suma Retórica”), digo-lhes: esqueçam essa tolice de formação do imaginário, e não se entreguem à leitura exaustiva de obras literárias (e a leitura nenhuma se se tratar de obras malsãs) antes de começar a vida teorética, a vida contemplativa. A vida terrena feliz é esta. E busquem a virtude, o caráter virtuoso, que, repito, supõe a entronização do intelecto em nossa alma, em lugar da imaginação e do temperamento. O caráter virtuoso é precondição para a vida feliz eterna, na qual se contempla a própria Verdade, que é Deus. Na vida terrena, aliás, mais vale amar a Deus que conhecê-lo, para que possamos na vida eterna amá-lo perfeitamente em razão de o conhecermos perfeitamente.

OBSERVAÇÃO FINAL. Ademais, deixar de iniciar-se quanto antes na vida contemplativa é ficar inerme, desarmado, diante de sofistas sabichões, porque, com efeito, “em terra de cego quem tem um olho é rei”.

domingo, 7 de junho de 2020

QUAL É A “FORMA MENTIS” DE NOSSA DIREITA?

Carlos Nougué

Como digo sempre, o objetivo de minha Escola Tomista é fazer que o maior número possível de pessoas tenha o tomismo como sua “forma mentis”, como forma de sua mente: ou seja, que passem a pensar como Santo Tomás. Mas qual será a “forma mentis” de nossa direita?
I) Comecemos pelo governo Bolsonaro.
1) Nenhum plano educacional. Sua “política” neste âmbito limita-se a criticar Paulo Freire.
2) Nenhum plano de combate à pandemia. Sua “política” neste âmbito limita-se a vender ou distribuir cloroquina como uma panaceia, enquanto há a previsão, do governo norte-americano, de que em agosto teremos cerca de 5 mil mortes diárias. Mas, para piorar a coisa, Bolsonaro não dota o Ministério da Saúde de um ministro médico; e passa agora a esconder e manipular dados sobre o avanço da pandemia no país. Iguala-se assim à Coreia do Norte, à Venezuela, à Nicarágua, etc.
3) Nenhum plano econômico, nem estatizante nem liberal, nem, muito menos, claro, segundo a doutrina social da Igreja, a única que nos asseguraria um caminho sólido e justo também no econômico.
4) Entregou cerca de 100 bilhões de orçamento ao Centrão, ou seja, à oligarquia da corrupção, mostrando-se nisto exatamente igual aos governos do PT. Necessitava de governabilidade? Fizesse antes de tudo um bom governo.
5) Não resistiu à criminalização da homofobia pelo STF e à permissão pelo mesmo STF do ensino da ideologia de gênero na rede escolar pública. Numerosas manifestações maciças de apoio a Bolsonaro praticamente não tocaram estas questões. Perdeu assim o governo a grande chance de educar o povo quanto ao verdadeiro caráter do matrimônio, etc., além de descumprir descaradamente uma de suas principais bandeiras eleitorais. – Pior: em nome da referida e canhestra governabilidade, desestimulou uma “Lava Toga” que poderia ter sido o início da queda do STF tal como é hoje.
6) Ou seja, tem um só objetivo: vencer as eleições de 2022. Mas não conseguirá senão a mais acachapante derrota; e será culpado da volta da esquerda ao poder, provavelmente uma esquerda sorosiana e marcusiana.
II) E o que dizer do principal ideólogo da direita, OdC? Que, depois de afirmar, no início de 2019, que era o verdadeiro poder por trás do governo, hoje, sentindo próximo o naufrágio, rompe com Bolsonaro entre obscenidades e ofensas ao presidente: prepara assim a audiência para quando abandonar o barco. Mas logo depois diz que “ainda” está com Bolsonaro: é seu velho método de estimulação contraditória. – E, se por quase duas décadas conseguiu travestir-se de filósofo, agora está nu: é um mero mexeriqueiro político – e boca-suja.
III) E seus seguidores? Além de ofenderem os que, não sendo OdC, criticam o governo ou o próprio OdC, são como birutas de aeroporto: voltam-se para onde os empurra o vento.
Ou seja, a “forma mentis” de nossa direita é clara: a demência (como disse tão espirituosamente Alessandro Lins de Albuquerque, trata-se de "forma dementis"...) – e demência suicida. À beira do abismo, os nossos direitistas não retrocedem, mas dão outro passo à frente. E, entre os que o fazem, infelizmente estão muitos católicos.

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Os 4 Pilares do Tomismo

Você sabe quais são os 4 pilares do Tomismo? Cadastre-se e receba um aula exclusiva do professor Carlos Nougué sobre este tema: https://bit.ly/aula-4-pilares-tomismo.