quinta-feira, 22 de outubro de 2020

A APOSTASIA DO PAPA FRANCISCO

 Carlos Nougué

O Padre Calderón, na segunda edição de A Candeia debaixo do Alqueire, diz que o pontificado do Papa Francisco não faz senão confirmar sua doutrina de que o magistério conciliar, em vez de impor sua autoridade doutrinal, a depõe por liberal. E isto é a mais absoluta verdade. Mas eu vou além, e digo que o pontificado de Francisco marcha velozmente para a apostasia. (E não venham os desonestos defensores do indefensável negá-lo: Francisco apoiou, sim, no malfadado vídeo, a união civil homossexual – e talvez ainda me indignem mais seus apoiadores e suas nada lisas mágicas verbais do que o mesmo papa. Ademais, veja-se isto: aqui.) E o que digo não faz senão confirmar várias coisas que escrevo em “Do Papa Herético” e em “Se Se Deve Rezar pela Salvação do Mundo” (ambos em Do Papa Herético e outros opúsculos: aqui). 1) Francisco, repito-o, parece marchar para a apostasia. 2) O magistério conciliar não é magistério autêntico da Igreja, mas reduz-se a magistério privado, razão por que não tem grau algum de autoridade doutrinal. 3) Não só o milênio anunciado no Apocalipse de São João parece já ter-se cumprido (de Constantino a Bonifácio VIII) e certamente já se deu a apostasia das nações, mas também parece que se está cumprindo, bem diante de nossos olhos, o outro sinal dado por Jesus Cristo para a proximidade do fim: a abominação da desolação instalada no lugar santo. 4) A deriva liberal começada pelo Concílio Vaticano II não faz que os papas conciliares, incluindo Francisco, percam ipso facto sua jurisdição (como querem os sedevacantistas), mas os deixam com jurisdição precária (assim como um tirano tem jurisdição civil precária): mereceriam não ser papas. 5) Tudo o que estamos vivendo não faz senão confirmar as palavras proféticas de S. Tomás de Aquino (no Comentário a II Tessalonicenses): trata-se da apostasia na Igreja, pela qual muitos nela abrirão os braços para o Anticristo (e mostrarei em meu “Comentário ao Apocalipse” que o sol que se escurece e a estrela que cai no livro profético de S. João são, justamente, referências à perda da fé pela hierarquia da Igreja). 6) Devemos abandonar-nos com inteira confiança aos desígnios de Deus, e esperar, com esperança teologal, sobretudo a Jerusalém celeste final: Vinde logo, Senhor Jesus.   

Observação: alguém me pediu que fizesse um curso sobre os graus de autoridade do magistério da Igreja. Mas justamente meu livro Do Papa Herético já diz tudo quanto há que dizer sobre isto.