sábado, 23 de julho de 2016

A Igreja e os doentes ao longo do tempo


• Como se lê em Explosion de charité - par les Dominicains d'Avrillé, Cristo passou por esta terra fazendo o bem, especialmente aos doentes. Desde o início, o cristianismo imitou-o.
• No ano 252, dá-se uma epidemia de peste no Império Romano. Em Cartago, os pagãos fogem, abandonando seus doentes aos cuidados dos cristãos sob a autoridade do bispo São Cipriano (que será martirizado pelos mesmos pagãos em 258). – Em 268, dá-se o mesmo em Alexandria.
• Século IV: desde o fim das perseguições aos cristãos (313), surgem hospitais, orfanatos, asilos em todo o Império Romano. O primeiro hospital conhecido é fundado em Cesareia pelo bispo São Basílio, que cuida, ele mesmo, dos doentes. – O primeiro hospital de Roma é fundado por Santa Fabíola. Esta nobre patrícia reúne os doentes nas ruas, lava-os, enfaixa-os, alimenta-os, gasta toda a sua fortuna por eles. – O senador Pammachius (amigo de São Jerônimo) faz o mesmo: morrerá despojado de tudo, no hospital que ele mesmo fundou. São João, o Capelão, funda o primeiro hospital em Alexandria; São Crisóstomo em Constantinopla; Santo Efrém em Edessa; etc.
• Idade Média: asilos e hospitais multiplicam-se por toda a cristandade. – O Papa Símaco († 514), o Papa Pelágio II (em 580) e o Papa São Gregório Magno († 604) fundam hospitais e orfanatos. – O historiador Hurter estima que no século XIII a França possuía 20.000 hospitais, que recebiam doentes, órfãos, pobres e peregrinos. – Obra-prima desta caridade em ato: o Hôtel-Dieu de Beaune, fundado em 1443.
• Milhares de religiosos e de religiosas dão-se totalmente a Cristo na pessoa dos doentes: Irmãos Hospitaleiros (São João de Deus, 1537); Camilianos (São Camilo de Lélis, 1584), etc. Em trinta anos (1584-1614), 220 dos primeiros religiosos camilianos morrem ao lado dos doentes que eles assistem.
• Na Europa e no mundo inteiro (Ásia, África, terras muçulmanas), a Igreja Católica é a verdadeira mãe dos hospitais e das obras de caridade. Outras religiões imitaram-na mais ou menos tardiamente, mas sem jamais superá-la nem igualá-la.