“Maria foi associada por Cristo à obra da nossa salvação, e merece de côngruo, como o dizem os teólogos, o que Cristo nos merece de condigno.”
São Pio X, Ad diem illud.
“Antes
de [Santo Tomás], os Doutores escolásticos e os Santos Padres haviam descrito sob
as mais nobres imagens e as cores mais vivas a grandeza e as glórias da Santíssima
Virgem; haviam falado d’Ela com entusiasmo ardente, antes com o estilo poético
e brilhante dos panegiristas que com a precisão rigorosa do raciocínio e as fórmulas
exatas da ciência. Haviam sido cativados pelas esplêndidas belezas que se
irradiam sobre Ela de cada uma das verdades reveladas; haviam visto nos dogmas
religiosos matéria de riqueza inesgotável para a imaginação e para as criações da
arte, ao mesmo tempo que um alimento fecundo para a investigação científica: e muito
particularmente haviam encontrado estes caracteres no Mistério da Encarnação e
da maternidade divina. Sendo Maria a Filha, a Esposa e a Mãe de Deus, reúne em si
tudo o que é belo, grande e sublime, tanto na ordem da natureza como na ordem
da graça: é por isso que exerce um império irresistível sobre o espírito e sobre
o coração. Por isso teólogos austeros e graves como Tertuliano, Santo Ambrósio,
São Jerônimo, Santo Agostinho e São João Damasceno se sentem como que arrebatados
por este ideal de beleza, e se tornam de certo modo poetas assim que começam a
falar das grandezas e dos privilégios da Virgem incomparável. O Marial do
bem-aventurado Alberto Magno, escritor por outro lado tão sóbrio, ao celebrar
as glórias de Maria na forma escolástica, escreveu antes uma espécie de poema em
prosa que um tratado dogmático. É uma pintura com cores brilhantes dos privilégios
corporais e espirituais de Maria, na qual as proposições doutrinais estão
misturadas com multidão de questões acessórias,
inspiradas, é verdade, por uma fervorosa piedade, mas incompatíveis com as
exigências do método rigoroso e grave da ciência teológica.
Isso
não acontece com Santo Tomás. Não há dúvida de que a beleza ideal do caráter da
Virgem Mãe de Deus encheu de entusiasmo sua alma tão impressionável; e tampouco
pode pensar-se que haja faltado inspiração poética ao cantor imortal da Eucaristia,
ao autor do Adoro te devote e do Pange lingua, para celebrar a Santíssima
Virgem com os sublimes acentos da poesia. No entanto, em vão se procurariam nos
escritos de Santo Tomás esses voos de imaginação, essas manifestações oratórias
que abundam nas obras de seus contemporâneos: seu espírito eminentemente especulativo
põe freio à imaginação e comprime a expressão do sentimento, e segue em seus
estudos acerca da Virgem Maria o mesmo método que em seus demais trabalhos teológicos.
Em nenhuma parte se mostra Santo Tomás menos panegirista, menos escritor
místico e ainda menos poeta; senão que nesta matéria o encontramos um pensador
sóbrio e exato, e um teólogo sério e profundo. Não se dirige à imaginação nem ao
coração, senão que fala unicamente à razão: não lhe agrada o brilho das imagens,
mas a clareza e a transparência das ideias. Não o vemos ocupado em questões
ociosas ou sutis, mas em discussões que servem para esclarecer os pontos de doutrina
fundados na palavra de Deus ou no ensinamento da Igreja, e é isto o que distingue
a doutrina mariológica de Santo Tomás da de seus predecessores, e o que
lhe dá sua incontestável superioridade. O
ensinamento dos Padres recebe dele uma forma precisa e rigorosa; segue-se com
ele seu desenvolvimento progressivo, e veem-se aparecer seus sólidos
fundamentos; e o que esses trabalhos dos Padres perdem em superfície, em brilho
e em riqueza, ganham-no em profundidade, em certeza e em qualidade.”
Francisco Morgott
O.P.,
La Mariología tomística
Nota prévia. Este livro se fundará
nos e/ou disputará sobretudo com os seguintes teólogos marianos: a) São
João Crisóstomo; b) São João Damasceno; c) Santo Agostinho; d) São Jerônimo; e)
São Bernardo de Claraval O.Cist.; f) Santo Alberto Magno O.P.; g) São
Boaventura O.F.M.; h) Santo Tomás de Aquino O.P. (vide nosso proêmio); i)
Duns Scot O.F.M. j) São Bernardino de
Sena O.F.M.; k) São Tomás de Vilanova; l) Cardeal Caetano O.P.; m) Francisco
Suárez S.J.; n) Santo Afonso Maria de Ligório; o) São Luís Maria Grignion de
Montfort; p) Francisco Morgott O.P.; q) Benedictus Henricus Merkelbach O.P.; r)
Édouard Hugon O.P.; s) Garrigou-Lagrange O.P.; t) Gabriel M. Roschini O.S.M.; u)
Pier Carlo Landucci.
Observação 1. Fundar-se-á também, é
claro, na mesma Escritura, na liturgia e, antes de tudo o mais, no
magistério autêntico da Igreja.
Observação 2. Nele se citarão
abundantemente as múltiplas fontes respeitantes a Nossa Senhora.
Proêmio. O fim, a ordem e o
caráter – essencialmente tomista – deste livro, e as dificuldades que supôs
Parte I. Preâmbulos
Capítulo I. Que é a
mariologia
Dificuldades que resolver:
a) Se é ciência; e qual é seu sujeito.
b) Se é especulativa ou prática.
c) Se, como a Sagrada Escritura, deve
valer-se de imagens poéticas.
d) Quais são as fontes (ou “lugares
teológicos”) da mariologia.
e) Propriedades e método da mariologia.
f) Divisão da mariologia.
Capítulo
II. Da vida de Maria Santíssima
Dificuldades que resolver:
a) Se, como o faz Santo Tomás com respeito a Jesus Cristo na Suma Teológica, à vida de Maria deve reservar-se questão à parte.
b) Por que os Evangelhos parecem tão parcos em informações sobre a Virgem Maria.
c) Se e em que medida se podem preencher as lacunas dos Evangelhos quanto à vida de Maria Santíssima com recurso à imaginação.
d) Das passagens neotestamentárias
(especialmente quatro) concernentes à Virgem Maria em torno das quais disputaram e disputam Padres e
teólogos.
Parte
II. Missão materna de Maria
Santíssima
Capítulo
I. Eleição e predestinação de Maria Santíssima
Dificuldades que resolver:
a) Sua eleição e predestinação à
maternidade divina e à glória suma.
Excurso 1. Que é a predestinação em
geral
Excurso 2. Se a predestinação de Maria
se deu em previsão de seus méritos
b) Se sua eleição e predestinação foi
gratuita.
c) Se o nome Maria foi escolhido por
Deus.
d) Se Cristo predestinou os eleitos do
seio da Maria (contra São Luís Grignion de Montfort).
e) Se o Verbo se encarnaria ainda que
Adão não tivesse pecado (contra Duns Scot, Suárez e Roschini).
Capítulo II. Maria, Mãe de Deus – a Theotókos
(contra os racionalistas de todas as cores)
a) Se Maria Santíssima é mãe de Deus
segundo relação real ou de razão.
b) Qual é a natureza da maternidade e a
da paternidade em geral.
c) Causa eficiente da geração de Cristo.
d) Modo e momento da concepção de Cristo.
e) Se Cristo teve duplo nascimento e
dupla filiação.
Excurso 1. A doutrina da
animação diferida e a da animação imediata (contra São Bernardo, Santo Alberto
Magno, São Boaventura e Santo Tomás, e ainda, por outro ângulo, Duns Scot)
Excurso 2. Da superioridade
filosófico-teológica de Santo Tomás sobre todos os outros, mas contra o
sectarismo das escolas e a “divinização” do mesmo Santo Tomás (vide o
caso de Francisco Morgott O.P., e nosso livro Da Autoridade de Santo Tomás)
Excurso
3. Más consequências teológicas da doutrina da animação diferida
Excurso
4. Se, no momento da união hipostática e da infusão da plena ciência, terá sido
necessário que Cristo tivesse o corpo já formado (posição própria e, ao que
parece, contra todos os demais teólogos que se pronunciaram sobre o assunto)
f) Se a Anunciação se fez
convenientemente por um anjo.
g) Grau de dignidade da Mãe de Deus.
h) Relações de Maria com a Santíssima
Trindade como um todo e com cada uma de suas Pessoas.
i) Se o mais importante em Maria é a
maternidade divina ou sua restante plenitude de privilégios e graças (contra os
Salmanticenses, Vásquez e Suárez).
j) Se a plenitude de graças da Virgem
Puríssima é superior ou inferior às graças de todas as outras criaturas juntas.
Capítulo
III. Maria, a nova Eva e consorte do Redentor
a) O que chamo símbolo sintético
(vide casos no Apocalipse).
b) Se o dito Protoevangelho anuncia de
fato a Virgem Maria.
c) A Mulher vestida de sol com respeito
à história e à Parusia.
Parte
III. Privilégios de Nossa
Senhora
Capítulo
I. Da santidade da Virgem Maria
a) Da Imaculada Conceição (contra Santo Anselmo,
São Bernardo, Pedro Lombardo, Alexandre de Hales, Santo Alberto Magno, São Boaventura,
Santo Tomás, Egídio Romano, Enrique de Gante, Capréolo, Cardeal Caetano, muitos outros tomistas, por um lado; Baio, os jansenistas de Utrecht, os veterocatólicos,
todos os protestantes, os cismáticos gregos e russos, os racionalistas, por
outro lado; e os ultrapietistas e Rosmini, por outro lado ainda).
Excurso
1. Se tudo na Bula Ineffabilis Deus, de Pio IX, é dogmático
Excurso 2. Se de fato Santo
Tomás negou a Imaculada Conceição (contra muitos tomistas)
Excurso 3. Se Duns Scot
sustentou efetivamente a Imaculada Conceição; do verdadeiro e efetivo mérito
seu quanto a esta (contra muitos scotistas, por um lado, e muitos tomistas, por
outro); e da falsa disputa pública de Scot com tomistas em torno da Imaculada
Conceição
b) Da concepção e gestação de Maria.
Excurso 1. Do desenvolvimento
embrionário da Virgem Maria.
Excurso 2. Se Maria teve uso
da razão desde sua concepção.
c) Se a Imaculada Conceição tem
fundamento na Sagrada Escritura e na tradição divina.
d) Ainda das especiais relações de Maria
Santíssima com a Trindade.
e) Se há razão ou necessidade intrínseca
para a Imaculada Conceição.
f) Da complexa discussão em torno do
débito próximo ou remoto.
Capítulo II. Da impecabilidade
da Mãe de Deus
a) Se a impecabilidade de Maria se deve dizer simpliciter.
b) Dos erros, quanto a isto, de Lutero e
Calvino, por um lado, e de Tertuliano, Orígenes, São Cirilo de Alexandria, São
João Crisóstomo, Teofilacto e São Basílio, por outro lado.
c) Dos fundamentos escriturísticos da
impecabilidade da Virgem Maria.
d) Se Maria Santíssima gozou de
impassibilidade física.
Excurso.
Se se pode falar, com Merkelbach, de tripla impecabilidade: metafísica, física
e moral
Capítulo
III. Se Maria foi imune à concupiscência ou fomes peccati
a) Das quatro sentenças acerca desta
questão.
b) Se a Virgem Maria foi imune ao fomes
peccati em ato primeiro e segundo ou só em ato segundo.
c) Se nos socorre nesta questão a Bula Ineffabilis
Deus.
Capítulo IV. Da plenitude de
graça de Maria Santíssima
a) Da plenitude de graça de Nosso Senhor
Jesus Cristo.
b) Da diferença entre a união
hipostática em Cristo e a maternidade divina de Maria.
c) A definitiva posição de Santo Tomás.
Excurso. Se se deve discutir a
diferença entre plenitude de graça simpliciter possível e plenitude de
graça na atual ordem da Providência
d) Se a plenitude de graça de Maria é
absoluta ou somente relativa, ou melhor, segundo certo aspecto.
e) Da distinção entre plenitude de graça absoluta de eficiência e de influência; plenitude relativa de
preeminência, de abundância e de redundância; e plenitude
relativa de mera suficiência
(examinar, ademais, a terminologia de Santo Alberto Magno, a de São
Boaventura e a de Santo Tomás quanto a isto).
f) Maria e as graças habituais.
g) Maria e as graças quanto aos
exercícios e aos frutos.
h) Da recepção dos sacramentos pela
Virgem Maria.
i) Se em Maria houve, como o quer Santo
Tomás, crescimento em três etapas da plenitude de graça.
Capítulo
V. Da plenitude de graça de Maria em comparação com os anjos e os santos
“Quanto
mais algo se aproxima de seu princípio em qualquer gênero, tanto mais participa
do efeito desse princípio” (Santo Tomás).
a) Da graça como efeito e sinal do amor
de Deus.
b) Se é provável que a graça inicial da
Mãe de Deus tenha sido maior e mais excelente que a graça final dos anjos e dos santos
em sua condição definitiva.
c) Maria Santíssima em comparação com
todo o criado
d) Se diz algo a este respeito a Bula Ineffabilis
Deus.
Capítulo
VI. Do modo como e da causa por que Maria obrou naturalmente e sobrenaturalmente
Dificuldades que resolver:
a) De Nossa Senhora e as virtudes
teologais.
b) Do exercício heroico e eminentíssimo
das virtudes por Maria.
“Somente
n’Ela estava a fé da Igreja durante aquele tríduo, e, enquanto todos vacilavam,
Ela não perdeu nunca o que concebeu pela fé nem a fé que recebeu de Deus; e
esperou com esperança certíssima a glória do Senhor ressuscitado” (São Bernardo).
“Eu
sou a mãe do amor, do temor, da ciência e da santa esperança” (Eclesiástico).
c) A Virgem Maria e as virtudes morais.
Excurso.
Do opúsculo De Spasmo B. Virginis Mariae, do Cardeal
Caetano, e sua concordância com certos mandatos da Inquisição.
d) A Virgem Maria e os dons do Espírito
Santo.
Excurso. Se, como o quer Santo
Alberto Magno (no Marial), Nossa Senhora teve as virtudes morais à
maneira da pátria, quanto aos atos, e à de via, quanto ao mérito, de modo mais
perfeito que os viadores com respeito ao ato e que os compreensores com
respeito ao efeito
e) Da ciência diretiva das virtudes em
Maria.
Excurso 1. Da tripla ciência
da natureza humana de Cristo
Excurso 2. Da ciência infusa
dos anjos
f) Se as ciências tratadas nos dois
últimos excursos competiram também a Maria Santíssima.
g) Da admissão da ciência per se infusa
em Maria (Suárez, Hugon, et alii).
h) Da negação da ciência per se infusa
em Maria (Gerson, Lépicier, et alli).
i) Da negação da ciência infusa per
accidens em Maria (Santo Alberto Magno, Gerson, Lépicier, et alii).
j) Se a Virgem Maria teve durante a vida
terrena, de qualquer modo, a visão beatífica.
k) Se a Virgem Santíssima teve ciência
habitual per se infusa.
l) Se Nossa Senhora teve a ciência
conatural adquirida com seus atos próprios.
m) Se e como se deu progresso na ciência
de Maria.
n) Que coisas não se devem considerar
piedosamente mas exageradamente na ciência de Maria.
o) Se a Virgem Maria esteve de algum
modo sujeita à ignorância e ao erro.
p) Que é o mérito em geral
q) Do mérito como efeito do exercício
das virtudes de Maria.
r) Mérito e aumento da graça em Nossa
Senhora.
Excurso. Ainda do merecimento
de côngruo e do merecimento de condigno; e de se há, como o quer, por exemplo, Pedro
Arenillas O.P., outro mérito de condigno chamado ex condignitate,
inferior ao primeiro mas superior ao simples mérito de côngruo
s) Se Maria pôde merecer a graça da
perseverança final.
t) Comparação entre o mérito de Maria
Santíssima e o dos demais.
Capítulo
VI. Da perfeição e da integridade corpórea de Maria Santíssima
Dificuldades que resolver:
a) Da complexão e beleza corpóreas de
Maria Santíssima.
Excurso. Da comproporção do
corpo à alma
b) Do corpo de Maria em comparação com o
corpo de Eva.
c) Do Corpo da Virgem Maria enquanto Mãe
de Deus.
d) Da virgindade de Nossa Senhora, em
todos os sentidos.
e) Da virgindade corporal de Maria antes
do parto (contra os judeus, os ebionitas, Cerinto, muitos anabatistas e os
racionalistas), durante o parto (contra Tertuliano, talvez o Orígenes jovem,
Joviniano e seus sequazes, protestantes como os socinianos, Beza, Bullinger, os
racionalistas e os modernistas) e depois do parto (contra Helvídio, Eunômio,
quase todos os protestantes, e os racionalistas); e se esta tripla virgindade é
de fé.
f) Que dizem – e se o fazem – a Sagrada
Escritura e os Padres quanto à tripla virgindade de Maria Puríssima.
g) Se a crença na virgindade de Maria
remonta a algum mito pagão.
h) Se a pergunta da mesma Maria
Santíssima: “Como será possível isto...?” nega o fato da virgindade.
i) Se falaram de maneira imperfeita
acerca da virgindade no parto Santo Irineu, Santo Atanásio, Santo Epifânio, o
mesmo São Jerônimo em certa altura, et alii.
j) Da Sagrada Escritura quanto à
virgindade de Maria após o parto.
k) Se Maria foi a primeira mulher a
fazer o voto de virgindade perpétua; e se este voto foi primeiramente
condicionado (Santo Tomás) ou desde sempre absoluto (Scot, São Boaventura,
Suárez).
l) Se é possível determinar o momento
deste voto.
m) Se negam a virgindade de Maria
pós-parto as duas seguintes passagens de Mateus (i, 18, 25): “Estando desposada Maria, sua mãe [de Jesus], com
José, antes que convivessem, achou-se ter concebido do Espírito Santo...”;
“E não a conheceu até que deu à luz seu filho primogênito”.
n) Quem são os “irmãos” do Senhor
referidos no Evangelho.
o) Se apesar do voto de virgindade
perpétua pôde Maria ter contraído verdadeiro matrimônio com José.
p) Do trânsito de Maria: se ela morreu
(em sua chamada “dormição”) e foi ressuscitada para ser assunta aos céus em
corpo e alma, ou se não morreu e foi assunta sem ter morrido.
q) Se, no caso de ter morrido, seu corpo
padeceu alguma corrupção.
r) Se a Encíclica Munificentissimus
Deus, de Pio XII, se inclina – como o querem Roschini e outros –
para a assunção de Maria sem morte.
s) Se é correta quanto a isto a posição
de Santo Tomás e de tantos tomistas: Maria não contraiu tais defeitos porque não
teve a causa próxima deles, quer dizer, por débito ou em pena do pecado, pois não
os padeceu por causa da culpa; teve-os tão somente pela causa remota, quer
dizer, por necessidade física de sua natureza. Por isso, não houve em Maria
débito moral da morte, mas sim necessidade física dela.
t) Se se podem conhecer as
circunstâncias, incluídos o lugar e o tempo, da morte de Maria, se de fato ela morreu.
u) Se houve católicos que negaram a
assunção de Maria antes da definição do dogma.
v) Se ainda resta qualquer dificuldade
quanto à assunção de Maria aos céus depois do dogma definido por Pio XII.
w) Se se pode provar historicamente ou
pela Escritura a assunção de Maria Santíssima.
x) Das razões teológicas da assunção da
Virgem Maria.
y) Por que e em que sentido Padres como
Santo Atanásio, Santo Ambrósio e Santo Agostinho atribuem a ressurreição
gloriosa unicamente a Cristo; e se com isso negam sua conveniência a Nossa
Senhora.
z) Da glória corpórea de Maria nos céus
(primeira parte).
Capítulo VII. Da bem-aventurança
e da realeza de Maria
Dificuldades que resolver:
a) Da bem-aventurança e glória da Virgem
Maria comparadas à das dos outros beatos, incluídos os santos anjos.
b) Se Maria se encontra à destra do
Filho.
c) Da glória corpórea de Maria nos céus
(segunda parte), ou da redundância de sua glória espiritual em seu corpo.
d) Se Maria constitui nos céus, sozinha, uma ordem própria e suma (como o quer São Tomás de Vilanova).
e) Do reinado celeste de Maria
Santíssima.
f) Se Maria é rainha de todo o universo;
e, se o é, como o é.
Parte IV. Das
prerrogativas de Maria com respeito aos homens
Dificuldades que resolver:
a) Se a Mãe de Deus é também nossa mãe
adotiva e espiritual.
b) Se o magistério da Igreja sustenta
infalivelmente a mediação e a corredenção de Maria.
c) Da mediação de Maria em geral.
d) Se Maria é nossa corredentora, e, se
sim, como e por que causas o é.
e) Da compaixão da Virgem Maria.
f) De sua intercessão diante de Deus
como advogada nossa.
g) Se a Virgem Maria pode conseguir de
Deus a eleição de almas não predestinadas de toda a eternidade.
h) Se e, em caso positivo, como Maria
participa da aplicação das graças como fruto da redenção.
Excurso 1. Que é a graça; se é
substância ou acidente.
Excurso 2. Se a graça é criada
ex nihilo ou eduzida da potência obediencial de nossa alma.
i) Se Maria Puríssima pode dizer-se
causa instrumental na aplicação das graças (como o querem Hugon e outros), se
de fato participa em tal aplicação.
j) Se Maria pode conseguir de Deus a
alteração de acontecimentos previstos ou programados pela Providência (vide
o caso das bodas de Caná).
k) Se Maria é medianeira universal;
Maria e os santos de antes de Cristo; Maria e as graças sacramentais; Maria e
os anjos.
Excurso. Dos adversários da
mediação da Virgem Maria, em especial o neomodernismo vaticano-segundo; e se a
mediação e a corredenção de Maria diminuem em algo a mediação e a redenção de
Cristo.
“A
Redenção, ou seja, a ação redentora de Cristo, é: 1) principal, 2)
suficiente por si mesma; 3) independente; 4) absolutamente necessária. Ao
contrário, a Corredenção, ou seja, a ação corredentora de Maria, é: 1)
secundária; 2) insuficiente por si mesma; 3) dependente ou subordinada; 4)
hipoteticamente necessária” (Gabriel M.
Roschini).
Parte V. De
nossos deveres para com a Mãe de Deus
Dificuldades que resolver:
a) Do culto à Virgem Maria.
b) Do Rosário em especial.
c) Se a devoção a Maria é indício ou causa de eleição ou salvação.
Parte VI. Maria Santíssima e os últimos tempos
Dificuldades que resolver:
a) As aparições marianas dos últimos séculos.
b) A profecia de Fátima.
c) Maria e a atual abominação da desolação instalada no lugar santo.
d) Maria e a Parusia.