quinta-feira, 27 de julho de 2017

A bibliografia em que se fundará Carlos Nougué nos cinco anos da Escola Tomista


A bibliografia em que se fundará Carlos Nougué
nos cinco anos da Escola Tomista

Observações prévias:
1) Esta é a bibliografia central, mas nem de longe exclusiva, em que se baseará o professor ao longo da Escola Tomista. Ademais, não se referirão aqui as obras que se criticarão na mesma Escola.
2) Os alunos não terão de adquirir estas obras para compreender a Escola Tomista. Insista-se em que as aulas da Escola serão autoexplicativas e autossuficientes. Ademais, fornecer-se-ão muitos livros em PDF, muitos textos e muitos links ao longo dos anos. Dá-se aqui esta bibliografia, porém, para que a adquiram, total ou parcialmente, os que o puderem e quiserem fazer.
3) As obras virão, abaixo, em seguida aos diversos pontos do programa da Escola Tomista, introduzidas sempre pelo sinal Þ.

Parte 1


1. Introdução filosófica às diversas ciências e às diversas artes: as primeiras noções.
Observação. Mostrar-se-á, antes de tudo, o que são as ciências e as artes, e de que modo as artes podem dizer-se ciências, e as ciências artes (especialmente liberais). Mostrar-se-á, ainda, a distinção entre arte e experiência.
Þ Umbrales de la Filosofía, do P. Álvaro Calderón; diversas obras de Aristóteles e de Tomás de Aquino.

2. A Lógica ou ciência-arte propedêutica a todas as demais ciências e a todas as demais artes.
a) Introdução e a Lógica em si mesma.
Þ Umbrales de la Filosofía, do P. Álvaro Calderón; diversas obras de Aristóteles e de Tomás de Aquino.
Apêndice: A Gramática.
Observação 1. Não se estudará a Gramática (nem a portuguesa nem a latina) em sua parte normativa propriamente dita, mas apenas em seus fundamentos.
Observação 2. Aqui também se tratará a arte da Tradução não literária.
Þ Suma Gramatical da Língua Portuguesa, de Carlos Nougué; Umbrales de la Filosofía, do P. Álvaro Calderón; Peri hermeneias, de Aristóteles.
b) O tratado dos predicáveis.
Þ Do Verbo Cordial ao Verbo Vocal – O Tratado dos Universais, de Carlos Nougué (por lançar); a Isagoge de Porfírio.
c) A querela dos universais.
Þ Do Verbo Cordial ao Verbo Vocal – O Tratado dos Universais, de Carlos Nougué (por lançar);  Umbrales de la Filosofía, do P. Álvaro Calderón.
d) As categorias ou predicamentos.
Þ Do Verbo Cordial ao Verbo Vocal – O Tratado dos Universais, de Carlos Nougué (por lançar); Categorias, de Aristóteles;Comentário do Cardeal Caetano às Categorias de AristótelesDe analogia, de Santiago Ramírez O.P.
e) Os análogos e os análogos supremos (os transcendentais).
Þ Do Verbo Cordial ao Verbo Vocal – O Tratado dos Universais, de Carlos Nougué (por lançar); De Veritate, de Tomás de Aquino; De analogia, de Santiago Ramírez O.P.
f) O tratado da proposição.
Þ Comentário de Tomás de Aquino ao Peri hermeneias de Aristóteles; o complemento do Cardeal Caetano a este Comentário.
g) O tratado da figura do silogismo.
Þ Os Analíticos Anteriores de Aristóteles.
h) O tratado da demonstração.
Þ Comentário de Tomás de Aquino aos Analíticos Posteriores de Aristóteles.
Observação. Em todo o estudo da Lógica mais propriamente dita ou stricto sensu, ter-se-á de tratar criticamente a doutrina de muitos tomistas.
i) As partes potenciais da Lógica.
 A Dialética, ou tratado da investigação do provável.
Þ Os Tópicos de Aristóteles.
 A Retórica, ou a arte de fazer tender ao verossímil mediante o bem e o justo.
Þ Retórica de Aristóteles.
 A Poética, ou a arte de fazer tender ao bom e ao verdadeiro mediante o belo.
Þ Das Artes do Belo, de Carlos Nougué (por lançar); a Poética de Aristóteles; (com ressalvas) Feeling and Form: A Theory of Art, deSusanne Langer.
Observação 1. Aqui se mostrará que o conjunto das artes do belo, desde a Poética propriamente dita até às demais (Música, Escultura, etc.), tem o mesmo fim. Mas, se a razão de parte potencial da Lógica que deve dar-se à Poética (assim como à Retórica) é mais frágil que a que deve dar-se à Dialética, mas ainda é própria, haverá portanto que mostrar se se pode dar a mesma razão às demais artes do belo.
Observação 2. Também se tratará a arte da Tradução literária.
• Os elencos sofísticos, ou o tratado das falácias ou sofismas.
Þ De fallaciis, provavelmente de Tomás de Aquino.

3. As ciências práticas do agere.
a) A Ética, ou ciência do autogoverno.
Þ Comentário de Tomás de Aquino à Ética a Nicômaco; a Suma Teológica de Tomás de Aquino.
b) A Econômica, ou ciência do governo doméstico e de seu desdobramento na pólis.
Þ Os Econômicos, de Aristóteles; a Suma Teológica de Tomás de Aquino; La Iglesia y el liberalismo, de Christopher A. Ferrara.  
c) A Política, ou ciência do governo da pólis.
Þ Comentário de Tomás de Aquino e de Pedro de Alvérnia à Política de Aristóteles; Do Reino, de Tomás de Aquino; a Suma Teológica de Tomás de Aquino; Da Cidade de Deus, de Agostinho de Hipona.
Observação 1. A Prudência docens ou Ética é verdadeira ciência (prática), mas não é arte de modo algum, enquanto a Prudência utens ou Prudência propriamente dita não é ciência de modo algum, mas se diz arte em sentido amplo.
Observação 2. Aqui também se tratará, ainda que algo sumariamente, o Direito.
Þ Toda a obra de José Pedro Galvão de Sousa; algumas obras de Ricardo Dip.
Observação 3. Diga-se o mesmo da História.
Þ Théologie de l’histoire, do P. Calmel; (algo criticamente) a História das Ideias Políticas de Eric Voegelin.

4. A Física Geral, ou ciência genérica do ente móvel.
Þ La naturaleza y sus causas, do P. Álvaro Calderón; oComentário de Tomás de Aquino à Física de Aristóteles; “Da Necessidade da Física Aristotélico-tomista”, de Carlos Nougué (por publicar).
Observação 1. Lançar-se-á um olhar às partes subjetivas da Física Geral:
a) a Cosmologia ou ciência física do ente segundo o lugar;
Þ Curso de Física, do P. Álvaro Calderón (obra esotérica); La Física especial, do P. Álvaro Calderón (por lançar); “Da Necessidade da Física Aristotélico-tomista”, de Carlos Nougué (por publicar); Comentário de Tomás de Aquino e de Pedro de Alvérnia ao Do Céu e do mundo de Aristóteles; Comentário de Tomás de Aquino ao Livro sobre os Meteoros de Aristóteles.
b) a Química ou ciência física do ente segundo a geração e a corrupção;
Þ O livro químico do P. Calderón (por lançar); o Comentário de Tomás de Aquino ao Da Geração e da Corrupção de Aristóteles.
c) a Biologia ou ciência física do ente segundo o aumento e a diminuição;
Þ O livro biológico do P. Calderón (por lançar); História dos Animais e Partes dos Animais, de Aristóteles; (algo criticamente) A Caixa-preta de Darwin, de Michael Behe.
d) a Psicologia ou ciência física do ente segundo alteração.
Þ Comentário de Tomás de Aquino ao De Anima de Aristóteles; o Comentário de Tomás de Aquino ao De Sensu et Sensato de Aristóteles; as Questões Disputadas sobre a Alma e a Questão Disputada sobre as Criaturas Espirituais, de Tomás de Aquino; Da Unidade do Intelecto contra os Averroístas, de Santo Tomás; La praxis de la Psicología, de Martín Echavarría.   
Observação 2. A alteração é a espécie de movimento relativa às qualidades, e as qualidades por antonomásia são as virtudes intelectuais e morais do homem. Mas a Psicologia ou Antropologia, enquanto trata precisamente a parte intelectivo-volitiva da alma humana, obviamente não é ciência física. Logo, a Psicologia é uma como ciência média entre a Física e a Metafísica, o que decorre da mesma natureza humana. Estudar-se-á detidamente.
Observação 3. Tratar-se-ão, criticamente, as chamadas “ciências modernas”, e muito especialmente o darwinismo e a relatividade einsteiniana.
Observação 4. Mas também há que corrigir e atualizar a doutrina aristotélico-tomista quanto a algumas das partes subjetivas da Física Geral, muito especialmente a Cosmologia.

5. A Matemática ou ciência do ens quantum.
a) A Aritmética ou ciência matemática das quantidades discretas.
b) A Geometria ou ciência matemática das quantidades contínuas.
Þ Obras diversas de Aristóteles, de Euclides e de Tomás de Aquino.
Observação. No curso, não se tratará a Matemática detidamente, sobretudo porque esta atingiu tal grau de complexidade, que só um especialista seria capaz de ensiná-la. Mas dar-se-ão suas notas gerais.

6. A Metafísica (ou Filosofia Primeira, ou Teologia Filosófica), ou ciência do ente enquanto ente.
Þ Comentário de Tomás de Aquino à Metafísica de Aristóteles; o Comentário de Tomás de Aquino ao Liber de causis; O Timeu de Platão; Da Eternidade do Mundo, de Tomás de Aquino; Das Substâncias Separadas, de Tomás de Aquino; Questão Disputada sobre as Criaturas Espirituais de Tomás de Aquino; as Questões Disputadas sobre a Potência de Deus de Tomás de Aquino; Umbrales de la Filosofía, do P. Álvaro Calderón.

ApêndiceHistória da Filosofia: Do Impulso Grego ao Abismo Moderno
Þ A Historia de la Filosofía de Guillermo Fraile O.P. e de Teófilo Urdánoz O.P; a História da Filosofia de Frederick Copleston; Précis d’histoire de la philosophie, de François-Joseph Thonnard, A.A.; aHistória da Filosofia Antiga de Giovanni Reale; A Raiz Antitomista da Modernidade Filosófica, de Daniel Scherer (por lançar).    
Observação. Algo do que se dirá aqui já terá sido tratado, profundamente, ao longo do curso.
1. A Filosofia Pagã Clássica:
a) Os pré-socráticos:
• Os naturalistas; Pitágoras e os pitagóricos; Xenófanes e a Escola Eleática; Empédocles; Anaxágoras; os atomistas; o ecletismo; a decadência sofística.
b) Sócrates: a abertura da estrada real da filosofia.
c) Os socráticos menores: decadência.
d) Platão.
e) Aristóteles: a Filosofia por antonomásia.
f) Entre o período helenístico e o fim da era pagã – longa decadência:
• As escolas socráticas, platônicas e aristotélicas; o estoicismo; cepticismo e ecletismo.
g) O neoestoicismo romano.
h) Andrônico, o renascimento do aristotelismo e o neoaristotelismo de Alexandre de Afrodísias.
i) Epicurismo, pirronismo, cepticismo e cinismo tardios.
j) Fílon de Alexandria.
k) Médio-platonismo e neopitagorismo.
l) O neoplatonismo:
• Plotino e seus discípulos, em especial Porfírio.
2. O Filosofar Cristão.
§ Não se tratará aqui a Teologia Sagrada. Mas ter-se-ão sempre em conta as luzes que ela projeta sobre a mesma Filosofia.
a) Os Padres e Santo Agostinho.
b) A Escolástica até Santo Tomás de Aquino.
§ Avicena e Averróis.
c) A decadência:
• Duns Scot; Ockham e o nominalismo.
d) A reação tomista ao scotismo e ao nominalismo: seus méritos, seus defeitos:
• Os primeiros; o Cardeal Caetano; Salamanca; João de Santo Tomás; et alii.
e) Fora do tomismo:
• Nicolau de Cusa.
• O ecletismo de Suárez.
3. A Filosofia Moderna ou o Antiaristotelismo:
a) O surgimento no Renascimento da mal chamada ciência moderna (e suas sementes humanistas).
• Giordano Bruno, Bacon, Gassendi, Galileu; Maquiavel; et alii.
b) De Descartes a Leibniz:
• Descartes; Pascal; Malebranche; Spinoza; Leibniz.
c) De Hobbes a Hume:
• Hobbes; Locke; Newton; Berkeley; Hume.
d) De Wolf a Kant:
• A Ilustração francesa; a Ilustração alemã; Vico; Kant.
e) De Fichte a Nietzsche:
• Fichte; Schelling; Hegel; Schopenhauer; Kierkegaard; o primeiro materialismo; o neokantismo; Nietzsche.
§ O marxismo e o darwinismo.
f) De Bentham a Merleau-Ponty:
• Bentham; Spencer; Mill; Spencer; o idealismo anglo-saxão; o pragmatismo; Moore; Russell.
§ Whitehead.
• Maine de Biran; Comte e o positivismo; Ravaisson; Husserl e a fenomenologia; Bergson; Heidegger; Sartre; Merleau-Ponty.
§ O modernismo “católico”.
§ O neotomismo.
§ A Psicanálise, a Sociologia e a Linguística.
§ Louis Lavelle e Xavier Zubiri.
g) O fundo do abismo contemporâneo.

Parte 2

§ A Sagrada Teologia, ou ciência de Deus enquanto Deus (ou sob a razão de Deus) – a única das ciências que é simultaneamente especulativa e prática e cujos princípios não se alcançam pelas luzes da razão.
Þ A segunda parte da Escola Tomista fundar-se-á em toda a Suma Teológica de Santo Tomás de Aquino, incluído seu Suplemento. Mas não se deixarão de referir especialmente a Suma contra os Gentios, o Compêndio de Teologia, as Questões Disputadas sobre o Mal e as Questões Quodlibetárias do mesmo Doutor Angélico.