sábado, 28 de agosto de 2021

Objeção de consciência: recurso liberal e nada católico

                                                                                                                            Carlos Nougué

 Por influência do liberal-conservadorismo católico, alastrou-se até entre certos tradicionalistas católicos a defesa do recurso chamado “objeção de consciência”. Mas onde estão os superiores desses católicos para dizer-lhes que objeção de consciência é o mesmo que “liberdade de consciência”, a mesma liberdade condenada por uma sequência ininterrupta de cerca de dez papas até Pio XII? Se, num país revolucionário, pode o médico católico arguir objeção de consciência para não praticar o aborto, pode também o revolucionário, num país menos revolucionário, arguir com o mesmo direito objeção de consciência contra a lei que proíbe o aborto. Ou seja: liberdade de consciência, repita-se, a qual implica liberdade de expressão, liberdade religiosa, liberdade de imprensa, etc., liberdade sempre para o bem ou para o mal (e que acaba sendo antes para o mal, como vamos sentindo hoje na própria carne). Fujamos disso e repitamos a postura que nos ensinaram os mártires de todos os tempos: Não farei isso porque é contra a lei de Deus e da Igreja, a lei do único e verdadeiro Deus e de sua única e verdadeira Igreja. Isto, sim, é cristão, isto, sim, é católico. E ponto final.