Crítica da crítica
kantiana
das provas
da “existência” de Deus
Carlos
Nougué
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O Uróboro |
Notas prévias
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Com respeito a Deus, é inconveniente usar existir ou existência:
porque, falando propriamente, só os entes criados ex-sistem (‘provêm
de’), justo enquanto são ex-causis, ao passo que Deus é incausado. Em
resumo, Deus é, mas não “existe”. – Como porém aqui se trata de
proceder à crítica de uma crítica kantiana, e como Kant não tinha a menor ideia
do que se acaba de dizer, usaremos os termos usados por ele: “existência” e
“existir”, sempre todavia entre aspas.
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Diz-se que Kant nunca lera a Santo Tomás e a Aristóteles senão por alguns
artigos de vulgarização. E parece que tal seja verdade, porque, com efeito, se
não o fosse, não se explicaria o total desconhecimento deles que mostra nesta
crítica.
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Mais que isso, no entanto, como se verá, não há de ser senão por
desconhecimento da lógica aristotélico-tomista – a lógica por antonomásia – que
Kant comete tantos paralogismos nesta crítica (como nas demais).
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Tudo quanto vier entre colchetes no meio dos textos de Kant e de outros será
nosso.
I