terça-feira, 31 de julho de 2012

“Aeterni Patris”, de Leão XIII


AETERNI PATRIS

SOBRE A RESTAURAÇÃO DA FILOSOFIA CRISTÃ
CONFORME A DOUTRINA DE SANTO TOMÁS DE AQUINO

Encíclica

A TODOS OS PATRIARCAS, PRIMAZES,
ARCEBISPOS E BISPOS DE TODO O MUNDO CATÓLICO
EM AÇÃO E COMUNHÃO COM A SANTA SÉ APOSTÓLICA

Aos Nossos Veneráveis Irmãos, Patriarcas, Primazes, Arcebispos e Bispos de todo o mundo Católico, em graça e comunhão com a Santa, Sé Apostólica.

LEÃO XIII PAPA

Veneráveis Irmãos, saúde e Bênção Apostólica.

SUMARIO DA ENCÍCLICA

INTRODUÇAO (ns. 1-5)
1 – Natureza e função do Magistério da Igreja.
2 – O Magistério da Igreja atinge também a Filosofia e as Ciências.
3 – Finalidade da Encíclica: Natureza do estudo filosófico que respeite a Fé e as exigências das Ciências Humanas.
4 – A causa dos males modernos é a difusão das más idéias.
5 – A inteligência bem formada é a causa de numerosos benefícios.
I PARTE: RELACIONAMENTO ENTRE A RAZAO E A FÉ (ns. 6-17)
1 – Embora tenha o campo limitado, a Filosofia é o mais poderoso subsídio para a Fé.
2 – Para reconduzir a sociedade à ordem, a tradição patrística sempre recorreu ao uso da razão bem ordenada.
3 – Subsídios da Filosofia para a Fé: Aplaina os caminhos da Fé -Prova a existência de Deus – Fornece os critérios de credibilidade – Ordena a ciência teológica – Aprofunda os conhecimentos da Fé – Defende a Fé.
4 – Subsídios da Fé para a Filosofia: Prevalece a Fé – A Fé não destrói a Filosofia, mas respeita-lhe os princípios, O método e os argumentos – O mal da Filosofia sem a Fé: O racionalismo – Os bens provenientes da harmonia entre Fé e Filosofia.
II PARTE: A HARMONIA ENTRE RAZAO E FÉ VISTA ATRAVÉS DA HISTÓRIA DA FILOSOFIA (ns. 18-20)
1 – Realizada pelos apologistas.
2 – Realizada pelos Padres da Igreja, Escritores Eclesiásticos e Doutores, máxime por S. Agostinho.
3 – Realizada pelos Escolásticos, máxime por S. Boaventura e S. Tomás.
III PARTE: S. TOMÁS FOI QUEM COM MAIOR PERFEIÇÃO UNIU RAZÃO E FÉ (ns. 21-27)
1 – Excelência e perfeição da doutrina de S. Tomás.
2 – Confirmação dessa excelência: Pelo seu valor intrínseco – Pelas Ordens Religiosas – Pelas Academias e Escolas – Pelos Papas – Pelos Concílios Ecumênicos – Pelos não católicos.
IV PARTE: EXIGÊNCIA DE RESTAURAÇAO DA FILOSOFIA NOS TEMPOS ATUAIS (ns. 28-32).
1 – Conseqüências funestas do abandono da Escolástica.
2 – Louváveis iniciativas para a restauração da Filosofia Tomista.
3 – O Papa deseja esta restauração pelos motivos seguintes: Defesa da Igreja contra os ataques que lhe fazem as más filosofias – Restauração da ordem social – Promoção das ciências.
CONCLUSÃO (ns. 33-35)
1 – Exortação solene no sentido da restauração da doutrina tomista.
2 – Bênção Apostólica.


INTRODUÇÃO

1 – O Filho Unigênito do Pai Eterno, que apareceu no mundo para trazer ao gênero humano a salvação e a luz da sabedoria divina, concedeu certamente ao mundo um grande e admirável benefício, quando, antes de subir ao céu, mandou aos Apóstolos que fossem e ensinassem todas as nações; e deixou a Igreja estabelecida por Ele como mestre comum e supremo dos povos (Mat. 28, 19). Pois que os homens, libertados pela verdade, na verdade se deviam conservar; nem seriam muitos duradouros os frutos das doutrinas celeste pelos quais o homem alcançara a salvação, se Cristo Nosso Senhor não tivesse estabelecido um magistério perpétuo para instruir os entendimentos na fé.
A Igreja, porém, já confiando nas promessas do seu divino autor, já imitando-lhe a caridade, de tal sorte cumpriu essas ordens, que sempre teve em vista, sempre desejou ardentemente ensinar as coisas da religião e combater perpetuamente os erros. A este fim visam os trabalhos esmerados de cada um dos bispos; a este fim, as leis e decretos dos Concílios, e especialmente a solicitude cotidiana dos Pontífices Romanos, os quais, como sucessores no primado de São Pedro, Príncipe dos Apóstolos, têm o direito e o dever de ensinar e confirmar seus irmãos na fé.
2 – Acontecendo, porém, como diz o Apóstolo, que, pela “filosofia e pelos discursos sedutores” (Col. 2,8) as almas dos fiéis costumam ser enganadas, e a sinceridade da fé ser corrompida nos homens, por isso os supremos pastores da Igreja julgaram sempre ser dever seu promover, quanto pudessem, a verdadeira ciência, e ao mesmo tempo providenciar com suma vigilância, para que todas as disciplinas humanas, especialmente a filosofia, da qual em grande parte depende o bom uso das outras ciências, fossem ensinadas em toda a parte segundo a norma da fé católica. Isso mesmo, em outras coisas já vos lembramos de passagem, Veneráveis Irmãos, quando pela primeira vez vos falamos por Cartas Encíclicas.
3 – Agora, porém, em razão da gravidade do assunto e da condição dos tempos, somos obrigados a falar-vos de novo a fim de estabelecermos o método dos estudos filosóficos, que, correspondendo ao bem da fé, seja acomodado à mesma dignidade das ciências humanas.

“SPIRITUS PARACLITUS”, de Benedicto XV


CARTA ENCÍCLICA

SPIRITUS PARACLITUS

DEL SUMO PONTÍFICE
BENEDICTO XV

SOBRE LA INTERPRETACIÓN
DE LA SAGRADA ESCRITURA


1. El Espíritu Consolador, habiendo enriquecido al género humano en las Sagradas Letras para instruirlo en los secretos de la divinidad, suscitó en el transcurso de los siglos numerosos expositores santísimos y doctísimos, los cuales no sólo no dejarían infecundo este celestial tesoro(1), sino que habían de procurar a los fieles cristianos, con sus estudios y sus trabajos, la abundantísima consolación de las Escrituras. El primer lugar entre ellos, por consentimiento unánime, corresponde a San Jerónimo, a quien la Iglesia católica reconoce y venera como el Doctor Máximo concedido por Dios en la interpretación de las Sagradas Escrituras.
2. Próximos a celebrar el decimoquinto centenario de su muerte, no querernos, venerables hermanos, dejar pasar una ocasión tan favorable sin hablaros detenídamente de la gloria y de los méritos de San Jerónimo en la ciencia de las Escrituras. Nos sentimos movido por la conciencia de nuestro cargo apostólico a proponer a la imitación, para el fomento de esta nobilísima disciplina, el insigne ejemplo de varón tan eximio, y a confirmar con nuestra autoridad apostólica y adaptar a los tiempos actuales de la Iglesia las utilísimas advertencias y prescripciones que en esta materia dieron nuestros predecesores, de feliz memoria, León XIII y Pío X.
3. En efecto, San Jerónimo, «hombre extraordinariamente católico y muy versado en la ley sagrada»(2), «maestro de católicos»(3), «modelo de virtudes y maestro del mundo entero»(4), habiendo ilustrado maravillosamente y defendido con tesón la doctrina católica acerca de los libros sagrados, nos suministra muchas e irnportantes enseñanzas que emplear para inducir a todos los hijos de la Iglesia, y especialmente a los clérigos, el respeto a la Escritura divina, unido a su piadosa lectura y meditación asidua.
4. Como sabéis, venerables hermanos, San Jerónimo nació en Estridón, «aldea en otro tiempo fronteriza entre Dalmacia y Pannonia»(5), y se crió desde la cuna en el catolicismo(6); desde que recibió aquí mismo en Roma la vestidura de Cristo por el bautismo(7), empleó a lo largo de su vida todas sus fuerzas en investigar, exponer y defender los libros sagrados. Iniciado en las letras latinas y griegas en Roma, apenas había salido de las aulas de los retóricos cuando, joven aún, acometió la interpretación del profeta Abdías: con este ensayo «de ingenio pueril»(8), de tal manera creció en él el amor de las Escrituras, que, como si hubiera encontrado el tesoro de que habla la parábola evangélica, consideró que debía despreciar por él «todas las ventajas de este mundo»(9). Por lo cual, sin arredrarse por las dificultades de semejante proyecto, abandonó su casa, sus padres, su hermana y sus allegados; renunció a su abastecida mesa y marchó a los Sagrados Lugares de Oriente, para adquirir en mayor abundancia las riquezas de Cristo y la ciencia del Salvador en la lectura y estudio de la Biblia(10).
5. Más de una vez refiere él mismo cuánto hubo de sudar en el empeño: «Me consumía por un extraño deseo de saber, y no fui yo, como algunos presuntuosos, mi propio maestro. Oí frecuentemente y traté en Antioquía a Apolinar de Laodicea, y cuando me instruía en las Sagradas Escrituras, nunca le escuché su reprobable opinión sobre los sentidos de la misma»(11). De allí marchó a la región desierta de Cálcide, en la Siria oriental, para penetrar más a fondo el sentido de la paIabra dívina y refrenar al mismo tiempo, con la dedicación al estudio, los ardores de la juventud; allí se hizo discípulo de un cristiano convertido del judaísmo, para aprender hebreo y caldeo. «Cuánto trabajo empleé, cuántas dificultades hube de pasar, cuántas veces me desanimé, cuántas lo dejé para comenzarlo de nuevo, llevado de mi ansia de saber; sólo yo, que lo sufrí, podría decirlo, y los que convivieron conmigo. Hoy doy gracias a Dios, porque percibo los dulces frutos de la amarga semilla de las letras»(12).

“QUAS PRIMAS”, de Pio XI


A QUAS PRIMAS, encíclica de Pio XI sobre Cristo Rei, foi interpretada liberalmente como apenas um documento estabelecedor de uma festa religiosa. Não o é: é antes de tudo a Carta Magna da Cristandade. É a última palavra do magistério sobre a ordenação essencial (não acidental) de tudo, incluídos os estados, à Igreja e pois a Cristo, sua cabeça invisível: o mesmo, aliás, que dizem Bonifácio VIII na bula Unam Sanctam e S. Tomás de Aquino em De Regno. Em outras palavras, ou os estados são cristãos e membros da Igreja, ou as sociedades se tornam pasto de demônios (Carlos Nougué).

*  *  *

QUAS PRIMAS
Sobre Cristo Rei*

CARTA ENCÍCLICA

Aos Veneráveis Irmãos Patriarcas, Primazes, Arcebispos, Bispos e Outros Ordinários em paz e comunhão com a Apostólica: sobre Cristo Rei.

PIO PAPA XI
Veneráveis Irmãos, saúde e bênção apostólica.

INTRODUÇÃO

1. Na primeira Encíclica, dirigida, em princípios do nosso Pontificado, aos Bispos do mundo inteiro, indagamos a causa íntima das calamidades que, ante os nossos olhos, avassalam o gênero humano. Ora, lembra-nos haver abertamente declarado duas coisas: uma — que esta aluvião de males sobre o universo provém de terem a maior parte dos homens removido, assim da vida particular como da vida pública, Jesus Cristo e sua lei sacrossanta; a outra — que baldado era esperar paz duradoura entre os povos, enquanto os indivíduos e as nações recusassem reconhecer e proclamar a Soberania de Nosso Salvador. E por isso, depois de afirmarmos que se deve procurar “a paz de Cristo no reino de Cristo”, manifestamos que era intenção nossa trabalhar para este fim, na medida de nossas forças. “No reino de Cristo”, — dizíamos; porque, para restabelecer e confirmar a paz, outro meio mais eficiente não deparávamos do que reconhecer a Soberania de Nosso Senhor. Com o correr do tempo, claramente pressentimos o raiar de dias melhores, quando vimos o zelo dos povos em acudir, — uns pela primeira vez, outros com renovado ardor, — a Cristo e à sua Igreja, única dispensadora da salvação: sinal manifesto de que muitos homens, até o presente como que desterrados do reino do Redentor, por desprezarem sua autoridade, preparam, ainda bem, e levam a efeito sua volta à obediência.

“Providentissimus Deus” – León XIII


CARTA ENCÍCLICA
PROVIDENTISSIMUS DEUS
DEL SUMO PONTÍFICE
LEÓN XIII 
SOBRE LOS ESTUDIOS BÍBLICOS

1. La providencia de Dios, que por un admirable designio de amor elevó en sus comienzos al género humano a la participación de la naturaleza divina y, sacándolo después del pecado y de la ruina original, lo restituyó a su primitiva dignidad, quiso darle además el precioso auxilio de abrirle por un medio sobrenatural los tesoros ocultos de su divinidad, de su sabíduría y de su misericordia(1). Pues aunque en la divina revelación se contengan también cosas que no son inaccesibles a la razón humana y que han sido reveladas al hombre, «a fin de que todos puedan conocerlas fácilmente, con firme certeza y sin mezcla de error, no puede decirse por ello, sin embargo, que esta revelación sea necesaria de una manera absoluta, sino porque Dios en su infinita bondad ha destinado al hombre a su fin sobrenatural»(2). «Esta revelación sobrenatural, según la fe de la Iglesia universal», se halla contenida tanto «en las tradiciones no escritas» como «en los libros escritos», llamados sagrados y canónicos porque, «escritos bajo la inspiración del Espíritu Santo, tienen a Dios por autor y en tal concepto han sido dados a la Iglesia»(3). Eso es lo que la Iglesia no ha cesado de pensar ni de profesar públicamente respecto de los libros de uno y otro Testamento. Conocidos son los documentos antiguos e importantísimos en los cuales se afirma que Dios que habló primeramente por los profetas, después por sí mismo y luego por los apóstoles nos ha dado también la Escritura que se llama canónica(4), y que no es otra cosa sino los oráculos y las palabras divinas(5), una carta otorgada por el Padre celestial al género humano, en peregrinación fuera de su patria, y transmitida por los autores sagrados(6). Siendo tan grande la excelencia y el valor de las Escrituras, que, teniendo a Dios mismo por autor, contienen la indicación de sus más altos misterios, de sus designios y de sus obras, síguese de aquí que la parte de la teología que se ocupa en la conservación y en la interpretación de estos libros divinos es de suma importancia y de la más grande utilidad.
2. Y así Nos, de la misma manera que hemos procurado, y no sin fruto, gracias a Dios, hacer progresar con frecuentes encíclicas y exhortaciones otras ciencias que nos parecían muy provechosas para el acrecentamiento de la gloria divina y de la salvación de los hombres, así también nos propusimos desde hace mucho tiempo excitar y recomendar este nobilísimo estudio de las Sagradas Letras y dirigirlo de una manera más conforme a las necesidades de los tiempos actuales. Nos mueve, y en cierto modo nos impulsa, la solicitud de nuestro cargo apostólico, no solamente a desear que esta preciosa fuente de la revelación católica esté abierta con la mayor seguridad y amplitud para la utilidad del pueblo cristiano, sino también a no tolerar que sea enturbiada, en ninguna de sus partes, ya por aquellos a quienes mueve una audacia impía y que atacan abiertamente a la Sagrada Escritura, ya por los que suscitan a cada paso novedades engañosas e imprudentes.
3. No ignoramos, ciertamente, venerables hermanos, que no pocos católicos sabios y de talento se dedican con ardor a defender los libros santos o a procurar un mayor conocimiento e inteligencia de los mismos. Pero, alabando a justo título sus trabajos y sus frutos, no podemos dejar de exhortar a los demás cuyo talento, ciencia y piedad prometen en esta obra excelentes resultados, a hacerse dignos del mismo elogio. Queremos ardientemente que sean muchos los que emprendan como conviene la defensa de las Sagradas Letras y se mantengan en ello con constancia; sobre todo, que aquellos que han sido llamados, por la gracia de Dios, a las órdenes sagradas, pongan de día en día mayor cuidado y diligencia en leer, meditar y explicar las Escrituras, pues nada hay más conforme a su estado.
4. Aparte de su importancia y de la reverencia debida a la palabra de Dios, el principal motivo que nos hace tan recomendable el estudio de la Sagrada Escritura son las múltiples ventajas que sabemos han de resultar de ello, según la promesa cierta del Espíritu Santo: «Toda la Escritura, divinamente inspirada, es útil para enseñar, para argüir, para corregir, para instruir en la justicia, a fin de que el hombre de Dios sea perfecto y pronto a toda buena obra»(7). Los ejemplos de Nuestro Señor Jesucristo y de los apóstoles demuestran que con este designio ha dado Dios a los hombres las Escrituras. Jesús mismo, en efecto, que «se ha conciliado la autoridad con los milagros y que ha merecido la fe por su autoridad y ha ganado a la multitud por la fe»(8), tenía costumbre de apelar a la Sagrada Escritura en testimonio de su divina misión. En ocasiones se sirve de los libros santos para declarar que es el enviado de Dios y Dios mismo; de ellos toma argumentos para instruir a sus discípulos y para apoyar su doctrina; defiende sus testimonios contra las calumnias de sus enemigos, los opone a los fariseos y saduceos en sus respuestas y los vuelve contra el mismo Satanás, que atrevidamente le solicitaba; los emplea aun al fin de su vida y, una vez resucitado, los explica a sus discípulos hasta que sube a la gloria de su Padre.
5. Los apóstoles, de acuerdo con la palabra y las enseñanzas del Maestro y aunque El mismo les concedió el don de hacer milagros(9), sacaron de los libros divinos un gran medio de acción para propagar por todas las naciones la sabiduría cristiana, vencer la obstinación de los judíos y sofocar las herejías nacientes. Este hecho resalta en todos sus discursos, y en primer término en los de San Pedro, los cuales tejieron en gran parte de textos del Antiguo Testamento el apoyo más firme de la Nueva Ley. Y lo mismo aparece en los evangelios de San Mateo y San Juan y en las epístolas llamadas Católicas; y de manera clarísima en el testionio de aquel que se gloriaba de haber estudiado la ley de Moisés y los Profetas «a los pies de Gamaliel», para poder decir después con confianza, provisto de armas espirituales: «Las armas de nuestra milicia no son carnales, sino poderosas para con Dios»(10).

Sobre as Provas da Existência de Deus à Luz da Ciência Natural Moderna — Pio XII


 Alocução “Un ora”, 1952*

ÍNDICE

Introdução
Natureza e fundamentos das provas da existência de Deus
Duas essenciais notas características do cosmo
A) A mutabilidade do cosmo. Fato da mutabilidade
a) no macrocosmo
b) no microcosmo
na esfera eletrônica
e no núcleo
O eternamente imutável
B) A direção das transformações
a) no macrocosmo: a lei da entropia
b) no microcosmo
C) O universo e seus desenvolvimentos
no futuro
no passado
D) O princípio no tempo
1. O distanciamento das nebulosas espirais ou galáxias
2. A idade da crosta sólida da terra
3. A idade dos meteoritos
4. A estabilidade dos sistemas de estrelas duplas e dos amontoados de estrelas
E) O estado e a qualidade da matéria originária
Conclusão

*  *  *

Na manhã de 22 de Novembro de 1951, o Santo Padre Pio XII, vindo de Castel Gandolfo, concedeu uma audiência solene, na sala do Consistório, à Academia Pontifícia de Ciências, por ocasião da “Semana de Estudo do problema dos microssismos, organizada em Roma por esta Academia. Depois do discurso do Santo Padre, o M. R. P. Agostinho Gemelli, Presidente da Academia Pontifícia de Ciências, agradeceu ao Sumo Pontífice e fez menção, enumerando os seus trabalhos particulares, dos acadêmicos pontifícios falecidos durante o ano. Nossa tradução foi feita sobre o texto italiano aparecido em L’Osservatore Romano a 23 de Novembro. Os subtítulos são do texto italiano, a numeração marginal corresponde aos parágrafos do texto.


DISCURSO

dirigido, a 22 de Novembro de 1951,
à Pontifícia Academia das Ciências

Introdução

1. Uma hora de serena alegria, pela qual somos grato ao Onipotente, é-Nos oferecida por esta reunião da Pontifícia Academia das Ciências, e ao mesmo tempo dá-nos a grata oportunidade de palestrarmos com um escol de eminentes Purpurados, de ilustres Diplomatas e de insignes Personagens, e especialmente convosco, Acadêmicos Pontifícios, bem dignos da solenidade desta assembléia, porquanto, indagando e desvendando os segredos da natureza, e ensinando os homens a dirigirem para o seu bem as forças dela, pregais ao mesmo tempo, com a linguagem dos algarismos, das fórmulas, dos descobrimentos, as inefáveis harmonias do Deus sapientíssimo.
2. De fato, a ciência verdadeira, contrariamente a arriscadas afirmações do passado, quanto mais avança tanto mais descobre Deus, como se Ele estivesse vigiando à espera, por trás de cada porta que a ciência abre. Antes, queremos dizer que, deste progressivo descobrimento de Deus, operado nos incrementos do saber, não somente se beneficia o cientista, quando pensa como filósofo — e como poderia abster-se disto?, — mas também tiram proveito todos aqueles que participam dos novos achados ou os tomam para objeto das suas considerações; e, de modo especial, tiram vantagem dele os genuínos filósofos, visto como, tomando das conquistas científicas os impulsos para as suas especulações racionais, daí auferem maior segurança nas suas conclusões, mais claras ilustrações nas possíveis sombras, mais convincentes subsídios para dar às dificuldades e às objeções uma resposta sempre mais satisfatória.

Natureza e fundamentos das provas da existência de Deus

3. Assim movido e guiado, o intelecto humano vai ao encontro dessa demonstração da existência de Deus que a sabedoria cristã reconhece nos argumentos filosóficos, joeirados nos séculos de gigantes do saber, e que para vós é bem conhecida na apresentação das “cinco vias” que o Angélico Doutor S. Tomás oferece como itinerário expedito e seguro da mente a Deus. Argumentos filosóficos, dissemos; mas nem por isto apriorísticos, como de tal os acusa um ingeneroso e incoerente positivismo. Eles operam sobre realidades concretas e certificadas pelos sentidos e pela ciência, mesmo se força probante adquirem do vigor da razão natural.

La Royauté universelle de Notre-Seigneur Jésus-Christ


 Par le P. Reg. Garrigou-Lagrange, O.P.
La Vie Spirituelle, n° 73, oct. 1925, pp. 5-21


Data est mihi omnis potestas in caelo et in terra. (Mt 28, 18.)


Depuis plusieurs années bien des Évêques et Généraux d’Ordres religieux ont demandé au Souverain Pontife une messe et un office en l’honneur de la Royauté sociale de Jésus-Christ. Sous Léon XIII, une pétition signée par le Cardinal Sarto, le futur Pie X, et par d’autres représentants du Sacré Collège, reçut du Saint-Père le meilleur accueil. Depuis lors le mouvement s’est développé, dans le monde entier; environ six cents membres de la hiérarchie ont insisté auprès du Saint-Siège pour l’institution d’une fête spéciale de Jésus-Christ, roi des nations.
A une époque où le mouvement bolcheviste, après avoir avec une fureur satanique ravagé la Russie, cherche à se répandre en Orient, et menace l’Europe entière, on doit comprendre que l’esprit du mal règne fatalement où ne règne plus l’esprit du Christ. La Société des nations, qui se refuse à reconnaître les droits de Dieu sur les peuples, est manifestement et radicalement impuissante à rétablir l’ordre dont elle méconnaît le principe.
Comme l’écrivait le Cardinal Mercier dans sa Pastorale de 1918, « le principal crime que le monde expie en ce moment, c’est l’apostasie officielle des États... Je n’hésite pas à proclamer, ajoutait Son Éminence, que cette indifférence religieuse, qui met sur le même pied la religion divine et la religion d’invention humaine, pour les envelopper toutes dans le même scepticisme, est le blasphème, qui, plus encore que les fautes des individus et des familles, appelle sur la société les châtiments de Dieu ».
Le laïcisme, qui nie les droits de Dieu sur la société humaine dont il est l’auteur, est un crime de lèse-divinité et le plus grand malheur du monde moderne. Pour réparer ce crime, il faut exalter Jésus-Christ, comme roi universel des individus, des familles et des sociétés. Si la royauté universelle du Christ est proclamée et son règne social reconnu, une des principales erreurs du monde moderne sera atteinte dans sa racine même. C’est le point sur lequel insistent les six cents membres de la hiérarchie qui demandent l’institution de la fête de Jésus-Christ, roi des nations.
« Le Saint-Père, écrivait récemment S. Ém. le Cardinal Laurenti (1), juge le projet très beau, très grand, très opportun. Précisément à cause de son importance, ce projet mérite une réalisation digne, grandiose, qui fasse époque, qui donne un ébranlement aux esprits... Pour obtenir cette préparation, il faut agiter, propager la question par la parole et par les écrits... Une telle préparation sera couronnée par un acte solennel du Pape, qui trouverait le monde disposé à en apprécier la portée. »
C’est pourquoi il nous a paru utile de traiter la question dans la Vie Spirituelle, en nous plaçant surtout au point de vue de la vie intérieure, qui doit être l’âme du culte extérieur, soit individuel, soit social.
Voyons 1° ce que nous dit la Sainte Écriture de la royauté universelle de Jésus-Christ; 2° quelle est la nature, le fondement et l’excellence de cette royauté; 3° comment Jésus exerce ce pouvoir royal universel.